segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Iniciando a Guerra de Tróia

Muitos esforços já foram feitos a fim de se verificar a veracidade de uma das lendas mais importantes que sobreviveram da cultura grega antiga: a Guerra de Tróia. Pesquisadores acreditam que o local do evento esteja localizado no monte Hissarlik, na planície de Dardanelos, no noroeste da Turquia, descoberta que data do final do século XIX.

Apesar da identificação do local, a Tróia mitológica ainda é um mistério. Isto porque o nível em que se acreditava estar a cidade é bastante recente - da ordem de mil anos - comparado ao período em que teria ocorrido a guerra, referente ao final da era micênica(1600-1200 ac). O problema fundamental de identificação reside no fato do monte Hissarlik ter passado por níveis sucessivos de habitação, sendo que um dos níveis mais antigos parece ter sido queimado até o chão, possivelmente após um cerco à cidade, por volta de 1.200 ac.

Algumas das estórias sobre a Guerra de Tróia podem ser encontradas em dois poemas épicos: Ilíada e Odisséia, ambos de Homero. Especula-se que existiram outros registros anteriores aos de Homero, mas que foram perdidos ao longo do tempo, além de uma riquíssima memória oral do acervo popular, que pode ter sido reunida para formar as duas grandes epopéias acima citadas.

Acredita-se que a origem do conflito pode ter começado ainda com Prometeu, primo de Zeus, ao dar o fogo aos homens. Sendo o fogo um dos benefícios unicamente desfrutado pelos deuses, Zeus puniu Prometeu, acorrentando-o no alto de um monte e enviando diariamente uma águia que lhe comia o fígado, que à noite tornava a crescer.

Prometeu teria sido libertado por Zeus mediante um acordo: o de lhe revelar uma profecia absolutamente sigilosa. Conhecida unicamente por Prometeu, a profecia dizia que Tétis, a ninfa do mar, belíssima e cortejada por vários deuses, ao se casar, teria um filho que seria mais grandioso que o pai. Zeus, sabendo disso, desistiu de contrair núpcias com Tétis e decidiu que ela se casaria com o mortal Peleu. O filho nascido seria Aquiles, um dos maiores heróis que a Grécia já conheceu.

O casamento de Tétis e Peleu foi uma grande festa, na qual foram convidados todos os deuses, exceto uma, Éris, a deusa da Discórdia.Vingativa, Eris entrou abruptamente na festa e jogou ao chão uma maçã com a inscrição "A mais bela", conhecida como o Pomo da Discórdia. Hera, Afrodite e Atena requisitaram a posse da maçã. Zeus, numa situação desconfortável, visto que Hera era sua mulher e Afrodite e Atena suas filhas, resolveu enviá-las ao monte Ida, a fim de serem julgadas por um belo pastor chamado Páris.

Páris era filho de Príamo, rei de Tróia. Sua esposa Hécuba, quando estava grávida do menino, teve um sonho onde dava luz a uma tocha com serpentes. Assim, reticente quanto ao possível aviso, Príamo entregou o filho recém-nascido para ser morto no monte Ida. A criada, responsável pela façanha, não teve coragem de matá-lo e o deixou no monte para morrer. Salvo por pastores, Páris foi criado para ser um deles também. E assim o tempo passou.

Hermes, por ordem de Zeus, encaminhou as três deusas ao encontro de Páris, enquanto este pastoreava o rebanho. Cada deusa ofereceu uma recompensa caso fosse escolhida como a mais bela: Hera ofereceu riqueza e poder; Atena, sabedoria e habilidade bélica; e Afrodite, o amor da mais bela mulher do mundo. Páris, conferindo o prêmio a Afrodite, imediatamente ganhou o ódio das outras duas deusas.

Na época, a mulher mais bela do mundo era Helena, esposa de Menelau, rei de Esparta. Páris foi visitá-los, sendo recebido muito bem pelo nobre, mas em retribuição, acabou raptando Helena. A partir dessa quebra de hospitalidade, o sentimento de recobrar a honra cresceu no coração dos gregos, o que ensejou a começo da guerra.

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